“O crescimento da diabetes constitui um desafio à sociedade e ao sistema de saúde, ao qual urge dar resposta”, tal como foi salientado na Resolução de 14 de Março de 2012 do Parlamento Europeu.

Com efeito, a diabetes atinge cerca de um milhão de portugueses, dos quais quase metade o desconhece, e é a única doença cuja taxa de letalidade se encontra em crescimento. Segundo o Programa Nacional Para a Diabetes 2019, considerando o envelhecimento da população entre os 20 e os 79 anos e a sua repercussão na prevalência da diabetes estima-se que em 2015 a prevalência da diabetes no território nacio­nal seja de 13,3%. No Nordeste Transmontano, a Diabetes tem uma prevalência de 10,8%, com maior incidência na faixa etária acima dos 65 anos de idade (a 07/2022).

A Diabetes é fator de risco determinante para as principais causas de morte no nosso país, nomeadamente, as doenças cardiovasculares, as doenças respiratórias, insuficiência renal crónica ou o cancro, sendo responsável direta por afeções que provocam elevado grau de incapacidade e diminuição acentuada da funcionalidade, como a cegueira e a amputação, resultando em elevados custos pessoais, sociais e económicos individuais e para o sistema de saúde.

O diagnóstico precoce e a intervenção atempada diminuem substancialmente o risco de complicações na diabetes. Por outro lado, as pessoas com a diabetes bem controlada terão melhores índices de saúde e consequentemente melhor qualidade de vida.

Neste contexto, a coordenação entre níveis de cuidados configura-se essencial para a melhoria de todos os processos de assistência e acompanhamento na diabetes. Essa interligação poderá ser levada a cabo por Unidades Coordenadoras Funcionais para a Diabetes (UCFD), em colaboração estreita com todas as Unidades Funcionais dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) e dos serviços hospitalares. 

As UCFD foram criadas com base no Despacho nº 3052/2013 emitido em Diário da República, 2ª série – Nº 40 – 26 de fevereiro de 2013 (Consulte aqui)

A UCFD da Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNE) foi criada em 2013 e tem na sua constituição atualmente a seguinte equipa multidisciplinar:

      • – Dois médicos dos Cuidados de Saúde Primários (Raúl Sousa e Joana Vicente);
      • – Dois enfermeiros da Unidade Cuidados na Comunidade (Margarida Parra e Ricardo Ribeiro);
      • – Uma médica hospitalar (Elisa Tomé);
      • – Uma enfermeira hospitalar (Júlia Gonçalves).

Esta equipa tem como principal função zelar pelo cumprimento das responsabilidades incumbidas pelo Despacho  nº 3052/2013 sendo um ponto de ligação entre as equipas coordenadoras concelhias das 14 Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados e as três Unidades Hospitalares da ULSNE.

Sobre a Diabetes

Segundo o Programa Nacional Para a Diabetes 2019 e tendo por base o Estudo Prevadiab 2009, considerando o envelhecimento da população entre os 20 e os 79 anos e a sua repercussão na prevalência da diabetes estima-se que em 2015 a prevalência da diabetes no território nacional seja de 13,3%, sendo que cerca de 44% da população portuguesa ainda não estará diagnosticada.
Por outro lado foi apurado pelo Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF 2015) que a prevalência da diabetes na população residente em Portugal com idades entre os 25 e 74, é de 9,8% (superior à média europeia de 9,1%) sendo mais elevada nos homens que apresentam uma prevalência de 12,1% e de 7,7% nas mulheres.
Sobre a prevalência da diabetes, o Relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) de 2017 estima que Portugal tinha em 2015 uma taxa de prevalência de diabetes de 9,9% em adultos.

Relativamente às crianças e diagnóstico de Diabetes Tipo 1, a taxa de prevalência é mais baixa que na dos adultos situando-se Portugal nos 0,9/1000 em 2015.

Em 2017 e 2018, a Diabetes foi responsável por 4143 e 4292 mortes, correspondendo em ambos os anos a 3,8% das mortes em Portugal. Esta percentagem tem vindo a diminuir desde 2012 altura em que era de 4,5%. Entre 2015 e 2018 o número de óbitos diminuiu em ambos os sexos, tal como o número de anos de vida perdidos e as taxas de mortalidade prematura e total. Contudo, em 2018, a Diabetes foi ainda responsável por 4 452 anos de vida perdidos abaixo dos 70 anos, correspondendo a uma média de 8,8 anos de vida perdidos por cada óbito ocorrido abaixo dos 70 anos.